Feira
de Santana teve uma redução de 37.5% no número de estupros em relação ao ano
passado. A delegada Maria Clécia Vasconcelos, titular da Delegacia
Especializada para o Atendimento à Mulher (Deam), informou em entrevista ao
Acorda Cidade que em 2015 foram registrados 59 estupros e até o dia 30 de
setembro de 2016 o registro foi de 43 estupros.
Os
meses de julho, agosto e setembro tiveram um aumento nesse tipo de crime e de
acordo com a delegada, esse fato gerou uma preocupação da polícia,
principalmente porque a modalidade do estupro acontecia com o estuprador
adentrando as casas das vítimas durante a noite, quando estavam dormindo e sob
ameaça com arma de fogo compeliam o ato sexual na presença inclusive de
familiares.
“Isso
nos preocupou muito. A partir das informações e da colaboração das vítimas, a
partir de retratos falados, de exames biológicos, de reconhecimento áudio
visual e juntando dados; a primeira coisa que fizemos foi detectar o perfil, o
"modos operantes", as características físicas, e os trejeitos dos
suspeitos. Com uma análise muito minuciosa podemos traçar o perfil de três
homens que estava agindo dessa forma aqui na nossa cidade”, afirmou.
Maria
Clécia Vasconcelos disse que os três suspeitos identificados pela Polícia Civil
foram presos. Há ainda dois homens que estão sendo investigados de também
praticar estupros na cidade. Depois da prisão dos três estupradores não foi
registrada até o dia 11 de outubro nenhuma ocorrência de estupro.
Segundo
a delegada, os estupros são crimes de difícil investigação em virtude de
raramente existirem testemunhas.
“São
delitos de difícil investigação. Raramente tem testemunhas e são crimes muito
sofridos pelas vítimas. Nós nos valemos muito das perícias e as perícias
demandam um certo tempo. A partir dos dados e do momento que as vítimas
reconhecem os autores vamos traçando o perfil das supostas pessoas que estão
praticando esse tipo de crime”, acrescentou.
A
delegada explicou ainda que o número de ocorrências de crimes praticados contra
a mulher diminuiu. Porém, a gravidade dos delitos aumentou. “As
ocorrências diminuem à medida a gravidade aumenta. O agressor sabe que a mulher
conta com todo o aparato de proteção, está tendo medida protetiva e a rede de
proteção tem funcionado. Ele realmente está sendo preso, mas o machismo, a
cultura, a patologia e a mentalidade arcaica e danosa ainda persistem”,
finalizou. (Acorda Cidade)
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