O machismo e o assédio são
recorrentes durante todo o ano, mas durante o Carnaval, com a falsa sensação de
que "tudo é permitido", diversos atos de violência contra a mulher se
tornam ainda mais evidentes.
Apesar de 59% das pessoas
concordarem que todas as mulheres devem ser respeitadas, não importa sua
aparência nem seu comportamento, na prática a maioria ainda tolera costumes e
situações de violência contra a mulher. É o que revela a pesquisa “Instituto
Avon / Locomotiva: O papel do homem na desconstrução do machismo”. A pesquisa
foi realizada presencialmente com 1.800 pessoas com mais de 16 anos, no período
de 12 a 24 de outubro de 2016, em 70 municípios de todas as regiões do país.
“O estudo revela que 78% das
pessoas não interferem em briga de casal ou interferem apenas se houver algum
tipo de violência extrema, e 27% acreditam que, em alguns casos, a mulher
também pode ter culpa por ter sido estuprada. Estes dados mostram que mesmo
concordando que o machismo é algo negativo (79%), as pessoas ainda não mudaram
a sua atitude em relação à violência contra a mulher”, explica Daniela Grelin,
gerente sênior do Instituto Avon.
A pesquisa revela 24% dos
homens não tem coragem de ficar defendendo as mulheres no meio de outros
homens, e 43% afirmam que em um grupo de homens no WhatsApp, pega mal reclamar
porque o amigo compartilhou foto de mulheres nuas. O estudo também mostra que
apesar de 87% concordarem que ao menos parte da população é machista, apenas
24% das pessoas se consideram machistas.
De acordo com outra pesquisa
do Instituto Avon, divulgada em 2014, mostra que 79% das jovens brasileiras já
foram assediadas, receberam cantadas ofensivas, violentas e desrespeitosas ou
foram abordadas de maneira agressiva em festas ou em locais públicos. A
pesquisa “Violência contra as mulheres: os jovens estão ligados?”, também
revela que 44% das entrevistadas já foram assediadas ou tiveram o corpo tocado
por um homem sem consentimento em festas. Além disso, 30% alegaram já terem
sido beijadas à força.
Para 80% dos entrevistados,
uma mulher ficar bêbada em uma festa é considerada uma atitude incorreta. Já
para 68%, é errado que ela tenha relações sexuais no primeiro encontro. O
estudo, realizado em 2014 com 2.000 mulheres e homens de 16 a 24 anos, nas
cinco regiões do país. (Instituto Avon)
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